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Prontuários Médicos: A Chave para a Defesa Profissional

O prontuário médico é um dos documentos mais importantes na prática clínica. Além de ser uma ferramenta essencial para o acompanhamento do paciente, ele serve como prova em casos de disputas judiciais. Um prontuário bem elaborado pode ser a diferença entre uma defesa bem-sucedida e uma condenação por negligência ou erro médico. Abaixo, exploramos como manter prontuários completos, os erros comuns a evitar e a importância da guarda e sigilo desses documentos.



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Como Manter Prontuários Completos e Atualizados


Um prontuário completo e atualizado é a base para uma prática médica segura e eficiente. Aqui estão algumas dicas para garantir que ele cumpra seu papel:


  • Registro de Todas as Informações Relevantes: Inclua dados como histórico médico, queixas atuais, exames físicos, diagnósticos, tratamentos prescritos, evolução do paciente e orientações fornecidas.


  • Datas e Horários: Registre sempre a data e o horário de cada atendimento ou procedimento.


  • Assinatura e Identificação: Assine todas as anotações e identifique claramente o profissional responsável.


  • Atualizações Constantes: Mantenha o prontuário atualizado a cada consulta ou mudança no estado de saúde do paciente.


  • Uso de Linguagem Clara: Evite abreviações ou termos ambíguos que possam gerar interpretações equivocadas.


  • Documentação de Consentimentos: Registre todos os consentimentos informados, incluindo riscos, benefícios e alternativas discutidas.


Erros Comuns na Documentação que Podem Levar a Ações Judiciais


Erros na documentação do prontuário são uma das principais causas de ações judiciais contra médicos. Aqui estão alguns erros comuns e como evitá-los:


  • Falta de Detalhamento: Anotações vagas ou incompletas podem ser interpretadas como negligência. Exemplo: Em vez de escrever "paciente estável", detalhe "paciente sem queixas, pressão arterial 120/80 mmHg, saturação de O2 98%".


  • Omisão de Informações: Não registrar eventos importantes, como reações adversas a medicamentos ou mudanças no estado de saúde do paciente.


  • Uso de Abreviações: Abreviações podem ser mal interpretadas. Evite usá-las ou utilize apenas as universalmente reconhecidas.


  • Alterações Inadequadas: Nunca rasurar ou apagar informações. Em caso de erro, risque com uma linha e faça a correção ao lado, com data e justificativa.


  • Falta de Registro de Comunicação: Não documentar conversas com o paciente ou familiares sobre riscos, benefícios e alternativas de tratamento.


A Importância da Guarda e Sigilo dos Prontuários


A guarda e o sigilo dos prontuários são obrigações legais e éticas do médico. Veja por que isso é tão importante e como garantir a conformidade:


  • Sigilo Profissional: O prontuário contém informações confidenciais do paciente, compartilhá-las sem autorização pode resultar em sanções éticas e legais.


  • Armazenamento Seguro: Mantenha os prontuários em local seguro, protegido contra acesso não autorizado, roubo ou danos físicos (como incêndios ou inundações).


  • Prontuários Eletrônicos: Se utilizar prontuários eletrônicos, invista em sistemas com criptografia e backups regulares para proteger os dados.


  • Tempo de Guarda: No Brasil, o prontuário deve ser guardado por, no mínimo, 20 anos após o último atendimento. Após esse período, a destruição deve ser feita de forma segura e documentada.


  • Acesso do Paciente: O paciente tem direito a acessar seu prontuário a qualquer momento. Forneça cópias quando solicitado, mas mantenha o original sob sua guarda.


Casos Práticos: Como o Prontuário Pode Defender o Médico


  • Caso 1: Um paciente alega que não foi informado sobre os riscos de um procedimento. Solução: O prontuário contém o termo de consentimento informado assinado pelo paciente, comprovando que os riscos foram discutidos.


  • Caso 2: Um familiar questiona a conduta médica após um desfecho desfavorável. Solução: O prontuário detalha todas as decisões tomadas, exames realizados e evolução do paciente, demonstrando que a conduta foi adequada.


  • Caso 3: Um paciente acusa o médico de não ter solicitado exames necessários. Solução: O prontuário registra a solicitação dos exames e as justificativas clínicas para a conduta.



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O prontuário médico é muito mais que um registro clínico: é uma ferramenta de defesa profissional e um reflexo da qualidade do atendimento prestado. Ao manter prontuários completos, atualizados e seguros, o médico não só cumpre suas obrigações legais e éticas, mas também se protege de possíveis ações judiciais. Invista tempo e atenção na documentação – ela pode ser sua maior aliada em situações de conflito.


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